O Gatinho Vesgo
“Era uma vez, um gatinho… O caçula de uma ninhada de três. Ele era o menor de todos e enxergava muito mal. O médico veterinário foi taxativo: _ D. Mimi, seu filhote terá que usar óculos. Ele enxerga muito mal. Inclusive, recomendo até que ele use tampão em uma das lentes. D. Mimi fez no tampão um desenho bem bonito e levou seu filhote para a escola. Fez com que ele se sentisse orgulhoso com seus novos óculos e com seu tampão.
O “Gatinho Vesgo”, assim que chegou à escola, percebeu alguns comentários de estranhamento àquele acessório diferente, ainda mais quando tinha o desenho da personagem “Betty Boop”, tão perfeitamente traçado em sua lente esquerda, decorando aquele tampão branco. Foi acolhido pela professora, que fez festa com toda aquela situação. E
assim a vida seguiu…
O gatinho cresceu, o tampão foi embora, os óculos só aparecem de vez em quando, mas o que fica é a lembrança de um colo de avó… Uma avó professora. Daquelas bravas, do Grupo Escolar do Pari… Fera em Matemática e única para criar e reproduzir histórias, muitas delas de memória.
Muitos anos depois me dei conta…
O gatinho era eu… e minha avó exerceu em 1975 algo que está tão em voga hoje: a Empatia. Graças a ela, passei segura por essa fase, me sentindo o máximo por ter a “Betty Boop” desenhada nos óculos.
Se existe herança genética? Boa pergunta…
Sei que existe em mim a vontade de fazer a diferença na vida dos outros, como ela fez na minha…
Como?
De muitas maneiras, mas as histórias me encantam… É nelas que busco inspiração.
Os livros, ah, os livros…