Museu da Abadia São Geraldo Nossa Senhora Rainha do Céu

 

Nossa Senhora Rainha do Céu

Iconografia/iconologia:

Obra com assunto sacro, representa Nossa Senhora da Conceição, coroada pela Santíssima Trindade e ladeada por São Domingos de Gusmão e São Francisco de Assis. Esta pintura representa a Virgem como Rainha do Céu.

A Santíssima Trindade, acima de Nossa Senhora, é representada na forma de trigêmeos, por três figuras idênticas, que se distinguem apenas por seus atributos individuais (cetro, globo e sem elemento), todos segurando a coroa. O cetro é símbolo de autoridade, e o globo, de poder; a coroa indica Nossa Senhora Rainha do Céu. A lua sob os pés da Virgem remete ao livro da Revelação (Apocalipse) onde menciona-se que uma mulher vestida de sol pisava a lua.

 

Histórico/pesquisa:

A pintura cuzquenha surge como arte eclesiástica após a conquista do Império Inca pelos espanhóis no século XVI, na América Latina. Sua finalidade principal foi didática e catequética, para conversão à religião católica. A Espanha envia um grupo de religiosos artistas para criação de obras doutrinas, formando escolas de pintores índios ou mestiços, com o ensino de desenho e óleo.

O termo “cuzquenho” não se limita a Cuzco; essas pinturas coloniais também foram produzidas na Bolívia e Equador, entre os séculos XVI e XVIII. A Escola de Cuzco é considerada como primeiro centro pictórico no Novo Mundo. Os temas cusquenhos – exclusivamente religiosos – são os mesmos do italiano Fra Angelico, na primeira metade do século XV e dos mestres de Pisa e Siena na Idade Média: cenas bíblicas da tradição católica ( glorificação de Jesus, Virgem Maria e Santos, Juízo Final, com as glórias do Paraíso e a danação do Inferno). Os cuzquenhos ignoravam a perspectiva e preferem o vermelho, o amarelo e as cores terrosas.

Dão ênfase à beleza física das figuras agigantando os santos para reduzir os devotos a pontos minúsculos na tela. Criam a impressão de volume estatuário dos mantos suntuosos e dão contorno de monumento a cortinas e colunas. Sofreram influência das escolas bizantina, flamenga e renascentista italiana, mas usaram de liberdade nas cores vivas, imagens distorcidas para dar maior dramaticidade à cena, sobre fundo ilustrado com fauna e flora dos Andes adornado com anjos e arcanjos.

A maioria dos trabalhos é anônima, dada a tradição dos povos pré-colombianos, cuja arte era essencialmente comunitária e ritual. (Fonte: Museu Histórico Nacional)

 

Acervo do Museu da Abadia São Geraldo

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